sábado, junho 17, 2006

Roy Lichtenstein - The kiss - 1977


Quando mirei pela primeira vez os seus olhos neles não vi algo que realmente me despertasse…
Foram mais olhos prestativos, densos e doces que me miraram…
E agora aqui sentada, ouço sem compreender dois namorados conversarem, sorriem sempre um ao outro. Imagino que a alegria é mesmo assim fica ali em torno deles, um a se sorrir imenso no outro: risadas, toques, olhares.
O mundo não está ali. Não lhes faço impressão: só, silenciosa, com um caderninho de notas numa mão, um olho a lhes observar.
São um do outro, não resta dúvida, ali não cabe mais ninguém.
Como quê refletindo-se... e me peguei fazendo aquela antiga pergunta: quantas pessoas têm sorte de, em toda a vida, presenciar algo tão intenso, estar com o outro e o outro, por ser assim nele, a ele bastar?
É isso! Eles bastam-se, não naquele egoísmo tolo de quem se sente mais... Mas, daqueles que por um instante podem felizes, sorrir-se da vida. Eles estão ali, independentemente seus…
Meus pensamentos trouxeram-me mais uma vez seus olhos e eu preferi pensar no autocarro que não chega, porque seus olhos são o meu maior problema atualmente.

Rose Barboza, escreve aqui, dia sim, dia não.

2 comentários:

Anônimo disse...

Arrasador este blog, hein Rose!
Voce realmente cativa com seus textos. De onde vem tanta inspiracao? Sao textos fantasticos que, mesmo em nossa obcessao por "leitura dinamica", a gente tem que relaxar, sentar e ler com prazer. Sou seu assiduo leitor.
Jaime

PS: o (esqueci! Ia cometar a beleza dos textos da Nilzeia e do Tristao)
PS2 - dificil postar um comentario. A gente perde o texto quando tenta postar, porque se exige password!

Anônimo disse...

Olá Jaime, obrigada pelo carinho!
Para postar um comentário por exemplo, vc seleciona OUTRO ou ANÔNIMO que não precisa de password!
beijinhos e continue nos presenteando com seus comentários que já são posts!
p.s. estamos esperando tb seus textos, viu?
Rose - Território dos Sentidos