domingo, maio 28, 2006

3 Anos: a Vida!

Eu ficava me questionando quando cai na rua pra morar
Que merda de vida essa,que porra de acidente infeliz
Eu podia ter morrido e quem sabe não fosse tão ruim
Quantor a dor de sobreviver pra renascer um nada
Um zero a esquerda,eu me sentia assim,eu gemia de dor
Dor no punho esquerdo,dor na cabeça,dor na alma
Por dias me via um mendigo,eu não pedia,mas comia no lixo sim
Uma sobra de coxinha,um pedaço de pizza no chão,era uma especiaria
Uma moeda qualquer,dez centavos que achasse,era uma fortuna
Dava pra comprar uma paçoquinha ou balas de goma,comprar fazia a diferença
E eu pensava em abreviar os meus dias,eu brigava com Deus
Eu queria ao menos o direito de fazer a minha escolha
Pedido negado incodicionalmente,eu queria morrer de tristeza,suicidio não
Eu não tinha medo mas tinha respeito e talvez vergonha na cara
Entre todas as perdas estava a Simone,onde estaria ela?
Dois anos parcialmente juntos e no momento que eu mais precisei
Ela sumiu.
Engraçado como tudo conspirava contra mim
Então eu passei a reparar na sessão de perdas e danos
Coisas demais pra ser coincidencia,então eu reparei na
lua
E daquele dia em diante contando estrelas riscando os céus,vindo em minha direção
estrelas que sumiam de repente.Alimentavam meu espirito
Eu voltava a ver beleza nas coisas,eu voltava a ter esperanças,eu ria
Observando as luzinhas dos aviões cruzando os céus,lá em cima,bem lá
Eu da calçada,cabeça coberta,corpo envolto em cobertores
Pra encarar o frio,só uma fresta pros olhos teimosos viajarem no espaço
Então um dia vendo uma daquelas cadentes, fiz 1 pedido
Embarcar num daqueles aviões,só isso.
E numa noite linda, embarquei pela primeira vez num passaro de aço
Ia a brasília pra o pra um encontro de representamntes de moradores de rua
Fiquei hospedado num hotel 3 estrelas,conheci minitros,comia num bom restaurante
Eu começava a compreender Deus,a razão,a missão
O porque de tudo aquilo.
Hoje eu amo a vida,quero viver mais uns duzentos anos
Aprendi que pra ser feliz não preciso de dinheiro
Não sei por onde anda a Simone,mais espero que ela também aprenda isso
Que ela esteja feliz,soube que ela me viu pela televisão e chorou
Isso pra mimja basta,não quero compaixão,não quero mais ela,não exite amor
Nunca existiu agora eu sei,então eu sigo a vida sem ninguém,que ninguém jamais
Me desejou como ela e talvez nunca mais encontre alguém assim
Mas talvez seja esse o sentido da vida,agente nunca tem tudo o que quer
E a gente precisa aprender a dar valor a pequenas coisas,reparar nos detalhes
Por mais simples que sejam,viver cada minuto,querer bem a todas as pessoas
Não ter tudo que se ama mas amar tudo que se tem e ser feliz sempre.

Tião Nicomedes escreve aqui.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fantástico o texto do Tião. Sensível ira que nos emociona mas, principalmente, se prova competente em nos fazer ver com seus olhos tudo isso pouco que valorizamos inversamente.
Ao mesmo tempo me mostrou o quanto de inteligência viva e real se faz necessária hoje em dia.
Jorge Roldão

Anônimo disse...

Se entendi bem,o destino existe?

Anônimo disse...

Quem tem culpa de alguem morar na rua?
Deus? O sistema? a própria pessoa?