quinta-feira, agosto 24, 2006

A (revira)Volta



Avisa aí que estou voltando!
Estou voltando
Só que não venho sozinho!
Comigo e em mim trago outros com os quais talvez não saibas lidar.
Porque por ti estes já foram esquecidos
E há em mim o desejo de vos fazer lembrá-los.
Mas avisa aí
Que estou voltando!
Avisa aí que estou voltando!
Estou voltando
Só que sei que o que sei hoje
É mais do que antes pensei saber!
Porque o que sei é apenas a parte
Que me foi possível saber!
Mas é assim
Que estou voltando!

Avisa aí que estou voltando!
Estou voltando
Só não sei se posso ainda ser útil ao seus olhos
Ou produtivo quanto o queres
Porque o que produzo e transformo
Pode apenas ser necessário e útil para outros olhos.
Mas mesmo assim, avisa aí
Que estou voltando!

Avisa aí que estou voltando!
Estou voltando
Só não sei se volto maior ou menor
Do que me (re)conheces
Porque para mim estas escalas
Já não fazem ver aquilo que te (re)conheces
Mas avisa aí
Que estou voltando!

Avisa aí que estou voltando!
Estou voltando
Só que não posso marcar o lugar nem a hora
Porque agora o meu espaço
E o meu tempo
Já não se fazem assim tão linear
Mas avisa aí, que por agora
Que estou voltando!

Avisa aí que estou voltando!
Estou voltando
Só que não posso dizer o que sou
Ou o que fui para você
Porque estas classificações eu não faço
E quiçá um dia também você!
Mas avisa aí
Que EU estou voltando!

Avisa aí que estou voltando!
EU estou voltando
Só não sei se ainda tenho para onde voltar.
Será que fico? Será que volto?
O que deixei aí sei que preciso reinventar!
Será que posso? Que faço?
Se (revira)volto ou se devo voltar? Será?
Por agora...
Apenas avisa aí que vou voltar!


Meire Helena Rebouças
Coimbra, 29 de Julho de 2006

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